A Crónica da Lili: Vamos falar da red carpet do Met Gala

quinta-feira, 29 de novembro de 2018


Primeiramente, e antes de passarmos para a degustação e reflexão sobre o que vos trouxe até aqui, sejam bem-vindos à primeira crónica da Lili. Neste espaço que é meu e também vosso, vou fazer um espécie de balanço sobre o mês ora em termos de moda ora em termos de sociedade. Feitas as apresentações, vamos passar para o que realmente interessa, a crónica deste mês.

Para me estrear nesta vida de cronista não vou comentar vários assuntos, mas sim apenas um de forma mais aprofundada e detalhada devido ao elevado burburinho que este causou - não, não é o #royalwedding. 

Maio é um mês importante para o mundo da moda. Uma noite, um tema e milhares de convidados que desfilam em grande estilo pela red carpet do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. Os mais atentos sabem que estou a falar de um dos eventos mais aguardados do ano: o MET Gala. Anna Wintour, a tão temida e invejada Editor-in-Chief da Vogue americana, encabeçou, uma vez mais, a realização da gala ao lado de Amal Clooney, Donatella Versace e Rihanna. Se em 2017 o MET deixou muito a desejar, em grande parte devido à falta de imaginação e incumprimento do tema, este ano superou todas as expetativas que haviam para superar - graças a deus, literalmente. O tema “Corpos Celestiais: Moda e a Imaginação Católica” deu pano para mangas nesta 70o gala. A religião uniu forças com a moda e o resultado foi como uma bola de neve: as redes sociais relata- ram, as revistas noticiaram e o mundo reagiu com excitamento. Tudo parou para comentar as vesti- mentas, as maquilhagens, os cabelos e os acessórios da glamourosa noite. 

Falar de MET Gala e não falar de Rihanna é quase como ir a Roma e não ver o Papa - gostaram des- ta associação? Demasiado pirosa, I know. A cantora dos Barbados foi, uma vez mais, nomeada pe- los críticos como a rainha da noite - *Inserir o icónico hit “És a rainha da noite” da lendária banda Os D’Arrasar*. Ok, já parei - Com um vestido incrustado de brilhantes prateados assinado por John Galliano, Riri soltou a religiosidade que há dentro de si. Com um corte assimétrico, comprido à frente e curto atrás, fez pandã com o casaco e o chapéu à estilo papal. Atrevo-me a dizer que até os não crentes se converteram. 

Quem também levou para casa a estatueta dourada foi, senhoras e senhores, Blake Lively. A atriz desfilou na passadeira vermelha com um vestido em tons de vermelho com apontamentos em dou- rado confeccionado pela casa Versace - to die for! A parte de cima do vestido em forma de corset assentava que nem uma luva com a parte de baixo repleta de bordados e apontamentos em dourado. Para dar aquele toque final, Blake usou uma tiara que acentuou o seu ar angelical. Por detrás deste look está uma história que ficará, com certeza, eternizada para sempre. Sabiam que o vestido de Blake Lively demorou 600 horas a ser confeccionado? E que a atriz teve que alugar um autocarro exclusivamente para transportar o dito cujo? É toda uma logística em nome da moda, da arte e do catolicismo. 

Rihanna, Met Gala 2018

  Blake Lively, Met 2018 

Rihanna e Blake Lively não são as únicas que ocupam o meu pódio de melhores looks da edição deste ano do MET Gala. Não é difícil adivinhar as minhas escolhas. Se valorizo quem segue o tema a preceito, não restam grandes dúvidas. A irreverente Katy Perry, como é óbvio, ocupa um lugar de destaque. Podia ter ido simples e até sem grandes exageros, mas se bem conhecemos a cantora, a excentricidade é a sua imagem de marca. E assim foi. Katy desceu do céu à terra com umas majes- tosas asas de anjo que no momento em que foram fotografadas e divulgadas nas redes sociais rapi- damente se tornaram num dos temas de conversa da noite. 

Katy Perry, Met 2018
 
Depois destes três grandes nomes que abrilhantaram a noite, segue-se Lily Collins que soltou a frei- ra que há dentro de si; Ariana Grande que colocou em grande plano uma pintura da Capela Sistina; Kim Kardashian que não deixou escapar a oportunidade para cintilar em tons de dourado com um vibe bem 90’s; Rosie Huntington-Whiteley que nos abençoou com a serenidade do seu vestido; Jennifer Lopez que causou furor com a sua habitual ousadia; e, por fim, temos SZA, que atenta às tendências para a nova estação, brindou-nos com um look onde o lilás foi o principal protagonista.

Se até agora me limitei a falar dos looks mais aplaudidos do MET Gala, está na hora de falar-vos dos vestidos que não foram dignos da minha standing ovation. Quem não esteve de todo dentro do espírito da noite foi a mais nova do clã Kardashian/Jenner. Kylie, acompanhada do seu mais que tudo Travis Scott - que confundiu o tema religioso com o tema militar -, enganou-se redondamente na sua escolha. Apesar de ter gostado do corte do vestido, não fez referência à religião e ao catoli- cismo. Quem também se junta a Kylie Jenner na minha lista negra de desaprovação é Tracee Ellis Ross e Ming X. A atriz e modelo não se enquadraram no que a gala pedia, optando por marcar pre- sença com vestidos em tons de rosa choque que, em outras ocasiões como, por exemplo, uma pre- miação, eram perfeitamente aceitáveis. Desta vez, levam um não da minha parte. 

E por hoje é tudo, caros leitores fashionistas. Para o ano há mais Met Gala e cá estarei eu para vos trazer a minha visão crítica sobre a noite mais importante do mundo da moda. Vemos-nos daqui a umas semanas? O convite está feito, agora é com vocês. 

Xoxo, Lili

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